O Curso online “O DESPERTAR DA CRIATIVIDADE” foi um dos surpreendentes efeitos da pandemia. Um artista que tinha preconceito e uma absoluta falta de intimidade com as aulas remotas, descobriu que através delas podia acessar alunos distantes, que em outras condições não poderiam frequentar seus cursos. As aulas iniciaram em abril deste estranho ano de 2020, e algo surpreendente aconteceu. Uma inesperada atmosfera de sala de aula se formou, mais do que quando as aulas eram presenciais. Com vocês, a Mostra de Resultados do Curso remoto ministrado por Jorge Herrmann, que nem remotamente imaginava que os resultados seriam tão gratificantes.
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Há mais de quatro anos, a Arlete decidiu pintar, e me procurou para iniciar o que seria uma verdadeira aventura visual. Com o tempo, vi que havia nela um entusiasmo cativante pelas pequenas conquistas, e o que dirá das grandes. A sua capacidade de encantamento com as singelas descobertas, a alegria de ver um quadro concluído, e o efeito que isso fez em mim, me ajudaram a seguir em frente. E quando fizemos a mudança para as aulas remotas, o foco de todos teve de aumentar, e assim como aconteceu com suas colegas, o seu olhar se expandiu para as novas possibilidades. E novos caminhos se abriram.
Para visualizar um pouco do que a Arlete pesquisou nestes últimos tempos, acesse em “ver mais”.

A Lisete começou a se envolver com a arte ao entrar em nosso curso, ao mesmo tempo em que também iniciava de maneira remota, a faculdade de artes visuais Cruzeiro do Sul. No começo estávamos só envolvidos com o desenho, e percebi nela uma disciplina e uma facilidade de se concentrar. Mas ela tinha uma preocupação excessiva com os detalhes, que travavam um pouco a percepção do conjunto das imagens. No entanto quando a Lisete começou a se envolver com os pincéis, descobriu a abstração, que lhe revelou alguns segredos de todas coisas visíveis. E os detalhes começaram a aparecer em seus devidos lugares, contribuindo para o conjunto.
Espiem lá dentro do post!

Denise é bióloga formada pela UFRGS, professora da rede municipal de ensino de São Leopoldo. Como bióloga ela sabe que o desenho facilita o entendimento dos fenômenos visuais. Só que isso está longe de ser algo fácil para os biólogos. E é deixado de lado. Um dia a Denise, que é uma antiga amiga, se interessou pelo curso. Buscava o contato com o seu próprio olhar, que a faculdade não propiciou. E reencontrou sua alma de artista, deixada lá pra trás, como em quase todos nós, que um dia fomos pequenos e audazes artistas. Foi na abstração que ela encontrou o seu melhor momento no curso até aqui. Sua experimentação transita entre manchas que se “movem” e pequenas figuras que acentuam este movimento. Entrem e espiem!

Lika Dalmaso é arquiteta, e chegou a Torres há quase dois anos, em busca de tranquilidade. Mas aqui ela encontrou a arte. Não a arte necessariamente presente na vida de um bom arquiteto. Encontrou a outra, aquela arte feita sem propósito, aquela que leva a pessoa pela mão, mostrando um novo mundo que nunca antes havia sido visto. Por que simplesmente não existia. Bem, na verdade existia sim. Como potência, como força interior à espera de um despertar. E ao se lançar no ato criativo de criar, cheio de imprevistos e incertezas, a Lika descortinou um mundo. Que cria uma prazerosa expectativa de novas surpresas. Entrem e confiram um pouquinho do que ela explorou durante o período de mais de um ano em que está frequentando nosso curso.

O Marcelo pinta há exatamente um ano. Neste ano, foi soltando aquela expressão criativa adormecida em algum canto. Começou comigo em aulas presenciais que logo o coronavírus tratou de esculhambar. Aí foi a vez de nos entregar de corpo e alma ao universo digital… bem, não propriamente de corpo. mas de alma sim! E seguimos fazendo o que mais queríamos que era arte. Arte no melhor sentido que ela possa ter. Malcriação que rompe limites vê com as mãos, suja a mesa experimenta todas as técnicas e que olha com curiosidade para qualquer coisa. E o nosso jovem artista, foi indo, de surpresa em surpresa, abrindo este novo caminho em sua vida, mas que está sendo muito bem trilhado.
Com vocês, o Marcelo Dutra.

A Luise, assim como o Marcelo Dutra e a Lika Dalmaso foram meus alunos presenciais em Torres, quando o mundo ainda parecia normal. Depois que as coisas mudaram, eles passaram a fazer parte do mesmo grupo de aulas remotas, uma pequena turma muito empenhada. Quando entrou, a Luise estava basicamente interessada na aquarela. Mas quando vi a variedade de materiais e técnicas que ela tinha à disposição, senti que era muito mais do que isso. Ela tem uma fina sensibilidade, que aparece aqui e ali nos seus trabalhos de aula. Isso acontece ainda timidamente, ainda meio que não reconhecida por ela própria, mas que dá sinais do que um pouco mais de autoconfiança pode propiciar. Convido vocês a apreciar cinco trabalhos que ela separou para esta mostra.

Emma é uma artesão de mão cheia, que trabalha preferencialmente em velas criativas, que ela modela, esculpe e pinta. Foi minha aluna presencial por um tempo e retornou quando as aulas tornaram-se remotas. O trabalho com a tridimensionalidade já era um indicativo de que a resposta apresentada por ela aos exercícios, tinha uma explicação. A facilidade é muito grande, e o resultado é percebido. Com entusiasmo. Como o que de fato é: uma descoberta. E como professor, é muito gratificante ver o resultado das aulas em sua obra artesanal. Mas curiosamente, a grande surpresa que ela preparou para esta exposição, nada tem a ver com velas. Entrem e vejam do que estou falando…

Maria é uma aluna que já fez o curso de Desenho e Percepção da paisagem aqui em Torres, e que conheci num curso que ministrei no Rincão gaia, quando na ocasião ela fazia uma oficina de escultura com o fantástico Mauro Fuke. Ela entrou recentemente no curso, já apresentando resultados muito interessantes, basicamente com o desenho, mas só por enquanto, por que aqui a pintura também é um caminho inevitável. A intensa atividade que ela desempenha ao longo da semana, não a impede de dedicar o tempo necessário para participar das aulas e fazer os exercícios. Mesmo que às vezes isso seja realmente difícil, quando não impossível. Mas ela vai, porque de alguma forma, ela percebeu o quanto esse envolvimento com mundo da arte confere sentido a muitas coisas na vida da gente. Esta então, é a maria. Entrem e vejam:

A Vera é uma querida amiga, aluna desde os tempos dos cursos no Jardim Botânico de Porto Alegre e posteriormente em minha casa, no IAPI. Ela vinha sempre de Camaquã, onde reside, com o propósito de desenhar. Eu achava isso encantador e gratificante. Queria dizer, acima de quaisquer palavras, que o que eu estava fazendo estava certo. Uma luzinha no horizonte. Para minha alegria, ela resolveu se agregar à minha proposta de ministrar o curso à distância. E então pude entender um pouco mais do seu olhar para as coisas. Seu gosto pela arte religiosa, pelas referências históricas dessa arte. A chamei então para uma reflexão sobre o quanto o abstrato estava presente nas obras figurativas. Ele não gostava disso, mas entendeu que por ali, pela beirada do prato, estava a chave para entender a estrutura da image figurativa. E mesmo reclamando, veio junto. O resultado está aí para você ver dentro deste post.

Isabel tem uma larga experiência como arte-educadora no CDE, o antigo Centro de Desenvolvimento da Expressão, vinculado ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul e hoje sediado na Casa de Cultura Mario Quintana. Mas o tempo dedicado ao ensino e à facilitação da arte para públicos diversos, de certa forma lhe tolhia de dedicar-se um pouco mais à sua própria expressão, o que é uma situação muito conhecida na vida de tantos educadores. Ao entrar no curso Isabel deu a si própria a oportunidade de despertar esta chama.

A Barbara sempre foi para mim, uma artista cheia de um refinamento muito, muito sutil. As suas obras evidentemente eram a expressão disso. Discretas. Mas sentia nelas uma pulsão de vida, uma força que me inquietava e instigava. Me inspiravam. Quando ela decidiu entra no curso, foi uma alegria e um desafio. Ela foi, no entanto, uma aluna como todos outros, e como todos os outros, também me ensinou.Porque de fato, eu aprendo, e muito. Talvez mais do que os alunos… Com a Barbara, vivenciei um pouco desse seu espírito especulativo, que aproveita os retalhos do cotidiano para produzir arte, em suportes que normalmente não são considerados. Com vocês, a Barbara Benz.

A Leida, eu conheci no Museu da UFRGS, onde realizei a exposição “Confluências” sobre o Parque da Redenção. Responsável pela monitoria das exposições, ela me chamou muita atenção pelo zelo com que fazia aquilo. E com minha exposição, ela teve o mesmo cuidado. Um cuidado que eu mesmo não sabia ter. Quando ela ingressou no curso, conheci a artesã que ela era. E o sentido que dava a cada coisa que lha caía nas mãos os nos olhos. E como sempre acontece, embarquei na sua viagem. E vieram vindo referências de artistas e de culturas remotas, para alimentar a sua imaginação e a sua forma de fazer as imagens. As obras passam uma calma que ela mesma passa quando se refere a elas, e às coisas em geral, diga-se. A propósito, acho que são os passarinhos que habitam o seu cotidiano e a visitam na janela, e às vezes entram em casa, que trazem as ideias. E ela sabe pegá-las no ar. vejam:

Leni entrou no curso a convite da Mariza Nonohay, de quem é vizinha, em Cidreira, à beira de uma lagoa, num lugar muito agradável para se viver. De lá as duas tiram muitos temas para pintar. Ambas fazem parte da mesma turma do curso, e basicamente tem trabalhado com o tema da paisagem. A Leni já pinta há tempo, mas andava meio parada. Depois do chamado da Mariza, voltou a pintar com entusiasmo, e hoje é uma agradável companhia nas aulas, sempre enfrentando os exercícios desafiadores com um largo sorriso. Temos explorado bastante a criação de atmosferas, de distanciamentos entre os elementos, o que é naturalmente uma característica da paisagem. Neste quesito, estamos avançando bastante, e alternando materiais, para experimentar o resultado sobre as superfícies dos elementos das paisagens representadas. Entrem e vejam o que ela selecionou para esta mostra.

A Mariza era pra ser artista. mas também era pra ser advogada. Por muito tempo foi mais advogada. Ela, mesmo com as incumbências da advocacia, sempre esteve às voltas com a arte, em várias frentes, fazendo exposições aqui e ali, numa atividade que impressiona. Mas agora chegou o tempo de ser mais artista que advogada. E a Mariza é rápida com os pincéis, não tem medo algum. Isto resulta em trabalhos que ficam prontos rapidamente, conferindo um resultado muito dela. Mas o professor é um cara lento, e ela entendeu isso, e está tirando desta experiência comigo, alguma virtude que a lentidão também tem. Com vocês, a Mariza Nonohay.